sexta-feira, 3 de abril de 2009


sobre terapias,

das poucas aulas de estágio clínico a que eu fui, o motivo das faltas é deveras importante para que eu relegue a um blog de tal título, senti-me traído, parte de minha escolha por essa orientarora partia de três coisas, primeira, ela não exigia que eu fizesse terapia, segunda, as nuvens que pairam sobre sua orientação teórica são suportáveis, terceira, deus me ajude que ela seja como a imensa maioria da massa terrestre e não leia essa blog, ela é fingida, assim como eu, só que mais treinada e mais interessada em pessoas, ela se comporta como um terapeuta sempre que seus alunos estão presentes, nunca a vi na ausencia dos seus alunos. apesar desse último ponto ser o mais interessante para se discorrer, tanto pelo assunto mesmo que ele trás, quanto pela singular escolha de palavras que eu usei para dele tratar, eu realmente estou mais preocupado com o desmantelamento do meu primeiro crítério de escolha, ela revelou que acha necessário que nós, orientandos, façamos terapia. sim senhores, é como uma grande pessoa uma vez escreveu, a irônia é a estilística da vida. pessoa memorável. só em pensar em me sentar em um lugar e discutir minha vida com um desconhecido me causa arrepios, dores estomacais e ansias diversas, o fato de conhecer o terapeuta não ajudaria de qualquer modo. Isso que comumente a psicanálise chamaria de resistência, e que o psicodrama não se acanharia em concordar, eu prefiro chamar de bom senso. sim senhores, eu voltarei a falar mal da psicologia, talvez por que eu esteja feliz, talvez por que esteja ferrando minha vida, parenteses, isso com certeza eu estou, fechemos os parênteses, mas eu prefiro pensar é que se a psicologia clínica não me desse motivos para isso eu estaria insultando os EUA, que convenhamos, está muito fácil ofendê-los. Jeito coca-cola de viver a crise. voltemos no entanto ao meu dilema pouco importante, nem poderia chamar de dilema, pois nunca passou pela minha cabeça aceitar fazer terapia, mas sejamos coniventes comigo, mais um vez e por motivos puramente estéticos digamos que é um dilema. Fazer ou não fazer terapia, eis a questão. dentro de um ano e mais alguns felizes meses eu estarei me formando, em todos esses anos de universidade ninguém chegou perto de me convencer de que qualquer coisa que aconteça num setting tem algum traço de lógica ou coêrencia, pedir os dois seria demais. psicanálise, por favor, só me é útil quando eu estou deprimido, daí eu penso naquelas afirmações absurdas a la Bush e consigo por um sorriso em meu rostinho. Freud é um gênio da comédia. e sinceramente acho que todos os terapeutas desde então tem essa dívida com Freud, eles gostam de afirmar coisas depois de coisas e sustentam interpretações por simples vontade, é lindo. insights realmente interessantes isso ninguém pode negar, mas argumentos, vamos apenas dizer que as aspas que deveriam envolver o termo argumentos só não estão presentes por eu não poder gastar um parágrafo só com elas, não é muito elegante. o que eu faria numa terapia, ofender o terapeuta, eu num preciso pagar pra xingar alguém, eu posso ligar a tevê, e a outra pessoa nem vai se sentir magoada. passada essa explanação dos meus motivos vamso a um dilema, como eu digo isso a minha orientadora sem ter que ofendê-la, pergunto. o problema com a sinceridade é que muitas pessoas usam-na como desculpa pra serem grossas, como dizer pra um terapeuta que eu acho que a idéia de terapia é risível, sem ofendê-lo, uma coisa me passou pela mente, não usar o termo risível. outra coisa, que bom saber que ainda posso ser arrogante, sentia-me falta.

Nenhum comentário: