sábado, 22 de março de 2008

sobre o tempo no espaço de Aracaju,

A imagem ao lado é uma tela de Salvador Dali, segundo o Google é assim que se escreve; os relógios esparramados, fluindo, significam o fluir do tempo, em sociedades ocidentais há pouco tempo o tempo se ligou à imagem de relógios. é interessante como a idéia de fluir, está também enlaçada com a idéia de fluir para frente tal como um rio, como água num leito. Talvez tenha sido por isso que a escolha imagética de Dali tenha se dado em favor de um movimento líquido e não gasoso. Sim, contradizendo o título do blog, algo de valor foi dito aqui. Só peço que não se repitam essas palavras por aí dizendo que fui eu quem as disse, ou seja, não façam isso em casa. Que motivos teriam me levado a trair os ideais do blog, o que de tão importante me levaria a tal ato, pergunto. E respondo, para dizer besteiras. É lugar-comum que Aracaju é um ovo, muitos relacionamentos acabaram por causa disso, certos amores Aracaju não comporta. Quando digo que Aracaju é um ovo, quero dizer que o espaço pelo qual Aracaju é definida e que define Aracaju é minúsculo. Isso é mentira, o espaço físico da cidade é bem grandinho, Pepita não teria morrido se estivesse se escondendo aqui. Mas os locais públicos onde as pessoas circulam são pequenos, em quantidade. Todo mundo está nos mesmos lugares. Vide shopping Jardins. Se se quisesse trair alguém teria de se ir ao Riomar, a pessoa tem que ser muito gostosa pra valer uma ida ao Riomar. Ninguém teve oportunidade e tempo ocioso para escrever quais as implicações disso para o tempo na cidade. Bem, estou ocioso. Muito. O primeiro aspecto a se apontar, e que será o único que eu apontarei, é que não se pode ter passado em Aracaju, mais precisamente, não se pode se livrar das pessoas, por vias naturais e legais. Estudei no Arqui (pé-de-pato mangalô três vezes), e agora o Arqui me persegue, eu estou na Ufs, olha um ex-coleguinha, estou em algum show, olha outro ex-coleguinha feliz, estou no ônibus, um ex-coleguinha sorridente. Ainda bem que não sou paranóico, ainda não sou paranóico, para ser mais exato. O passado insiste em se tornar presente. Esse tipo de situação leva a degenerâncias morais. Eu na frente dos meus ex-coleguinhas tenho duas opções viáveis e que evitam o máximo de constragimentos, finjo que não vi, finjo que não lembro. No geral dá certo. Mas vamos supor que eu tenha traído alguém no Shopping Jardins¹, apenas uma suposição, que fique bem claro. Depois que o alguém traído descobrir, o que, no geral, leva 3 minutos e 27 segundos², o cinismo é a única alternativa para que o traidor permaneça na cidade. Imagine a situação, entra num restaurante e ela está lá. Oi, Oi, Como você está, Estou bem, você sabe como sempre foi fã de bovinos, Legal, que você ainda guarda algo de bom do que houve entre a gente. Depois perguntam as razões da violência estar aumentando na cidade. Aracaju deve crescer, para o bem-estar físico e moral de seus habitantes e meu bem-estar psicológico.


1 - Por favor, se você se considera um ser humano não faça essa estupidez.
2 - Existe uma teoria concorrente que diz que o corno sabe instantaneamente, graças à tecnologia do fototoperdo.

2 comentários:

Nelma disse...

"Existe uma teoria concorrente que diz que o corno sabe instantaneamente, graças à tecnologia do fototoperdo".


* Mas 'corno' que é 'corno' ainda apela pro recurso da 'montagem'... ¬¬'

Anônimo disse...

Humm

Preocupações comigo O.o

Descobri porque sou tão paranóica =)
A UFS deveria ser inspiração para o quadro de Dalí, o passado lá insiste em perseguir e o tempo, não passar (se bem que essa é uma parte boa dela =])

=*