sexta-feira, 12 de junho de 2009

sobre brás cubas,

a morte é uma desgraça para aqueles que sabem de sua existência, a morte é uma desgraça quando sua existência nos é lembrada. eu imagino que a morte só é tão assustadora por causa da vida, e com isso não quero dizer a perda da vida, mas me refiro ao viver, eu só posso imaginar que um ser humano plenamente satisfeito não tem nada a temer da morte, extraiu tudo da vida, a morte é só seu grand finale, fechem-se as cortinas, aplausos. a analogia cessa aqui . ninguém pediria biz, mas a analogia volta a fazer sentido mais tarde quando as pessoas vão lembrar daquele espetáculo, ainda com o sabor das maravilhas que viram, que presenciaram, na língua, com sorrisos espontâneos e inconscientes nos lábios, vão tecer pequenas conversas sobre o aassunto. é lindo, mas acredito que não seja real, não conheço nenhum ser humano pleno, e entre nós aqueles com amarguras, falhas, covardias e esperanças, a morte é uma lembrança do que não fizemos, ou do que fizemos e não deu certo, do tempo que perdemos com coisas que, olhando da perspectiva de Brás Cubas, são muito pequenas para demandar tanto tempo. a morte é a mehor perspectiva da vida. não sei se dá pra entender, quando alguém morre é a chance de nós, aqueles que estão presos na perspectiva da vida, olharmos para tudo isso dum modo diferente, morrer junto um pouquinho, para ver diferente e viver melhor. esse post está quase um ano atrasado, só imagino quando voltarei a escrever coisas engraçadas. meus pêsames a quem os amava.

2 comentários:

rabiscando e me recriando disse...

é...a morte faz mesmo rever e sentir saudades de tamanho espetáculo que jamais voltará... mas faz tb mesmo reviver, resignificar, recriar a vida a partir de reflexões e possibilidades infinitas... mas é preciso muito treino pra desenvolver esta sabedoria de olhar a vida e a morte sobre outras perspectivas!afinal, a vida perde o sentido se nao for sempre reinventada! adorei o post como sempre!bjus

Camila P. disse...

Na minha opinião, muito singela anoto, temem a morte apenas os tementes à vida.

Gostei desse texto
e gosto de Brás Cubas.