terça-feira, 1 de janeiro de 2008


sobre discussões,
estava preocupado sobre meu ritmo de postagens aqui, já que decidi por ter um blog então que haja postagens. pois bem, passava eu pelo orkut, quando vi numa comunidade uma frase que me deu a inspiração necessária para tentar escrever qualquer coisa. eis a frase:

"A besteira é a base da sabedoria"
é de um poeta brasileiro que já escreveu sobre o problema da identidade na lógica, lembrem:
"Por que homem é homem, menino é menino, macaco é macaco..."
ele é muito subestimado, claro que se trata de Falcão; e eu fico impressionado como ele conseguiu pensar algo assim sem conhecer a UFS. e antes de Chico Buarque - que é superestimado - dizer que tem medo de se tornar idiota, medo bastante justificável na pós-modernidade.
imaginemo-nos entrando numa sala para assistir a alguma matéria na UFS; vamos dizer, só para que eu não seja leviano, uma matéria de psicologia, enfim, vamos nós dois e quem mais quiser nos acompanhar nessa leitura a uma aula, entramos na sala.
esse não é um passo qualquer, quando se entra numa sala está se renunciando a uma série de coisas, a maioria bem melhor do que a aula - exceto se você(s) tiver(em) merda no lugar do cérebro. desculpe a grosseria mas, às vezes, ela é necessária para enfatizar a ideia. renunciando a muitas coisas esperando aprender algo, mas aí, de repente, não mais do que de repente, o professor, depois de alguns já terem se acomodado, pergunta:
então, o que vocês acharam do texto?
se ele estiver se referindo à sintaxe ou à semântica do texto, tudo bem; caso não, meu caro, deu merda. você pode não ter percebido, mas deu merda.
se percebeu, fique na sua, deixe-me terminar o texto...
qual a primeira coisa que se aceita quando se entra na sala??? que não sabemos a matéria. apesar de muitos acharem que ciência é qualquer porra-loca e outros tantos se esforçarem para demonstrar isso; pensar é difícil, e pensar dentro de qualquer tradição é mais complicado ainda.
a merda que ocorreu quando o professor disse para que se emiti-se opiniões sobre o texto é que: baseado em que essas opiniões serão emitidas? em nada é claro; no fim, eu acho, tu achas, ele acha, nós achamos... mas... saber que é bom, nada.
é muito cliché, se defender aulas dialógicas; quer conversar? vai pra lanchonete, vai pro bar, vai pra pracinha. conversa em sala de aula só depois de irritantes aulas expositivas nas quais serão explanados conceito por conceito, problemática por problemática, método por método, dado por dado, daí discute-se.
não estou dizendo nada de muito inovador ou drástico, o que estou dizendo é que um diálogo se faz com conteúdo de ambas as partes.
entenderam a genialidade de Falcão?

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