sobre o passado,
eu olhava para algum lugar perdido no horizonte que aquele terminal, sempre o mesmo, me proporcionava. quem pudesse me ver diria que eu estava perdido nos meus próprios pensamentos, mas eu não pensava em nada. então, para me tirar do transe auto-imposto, uma voz, qualquer voz.
-oi
-oi
foi para qualquer voz que eu respondi e o fiz como se faz para qualquer voz, com um sorriso instantâneo e uma voz vazia.
não foi qualquer rosto que eu ví... a maioria das pessoas tem sempre seu punhado de gente que significa muito pelo papel que assumiu em sua vida. eu faço parte dessa maioria das pessoas. mas não sei que proporção de pessoas possui alguém importante por significar aquilo que você não conseguiu fazer, alguém que te lembra as suas fraquezas, suas impotências.
o rosto dela sintetizava tudo aquilo que eu conscientemente venho tentando mudar em mim. já me disseram, não muito tempo atrás, que não sabia como eu conseguia dizer certas coisas. depois dela, as coisas foram ditas com mais facilidade. eu não quero outro rosto desses na minha vida.
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