quinta-feira, 17 de abril de 2008

sobre o dia dezessete de Abril do ano de dois mil e oito ou sobre o que eu desejo,
Isso não é um diário mas o dia de hoje merece um post, não foi um dia particularmente feliz, nem foi um dia particularmente triste, não. O dia de hoje foi um dia comum, por isso merece um post, gosto agora do que me é comum, em parte. Tantas coisas para escrever, fui alí, voltei para lá, escrevi para fulano, recebi de cicrano, acordei cedo, dormirei tarde e estive com amigos. Talvez tenha sido isso que merece destaque, eu consegui me pensar como há muito tempo não me pensava, e qual o conteúdo do meu pensamento, essa é uma questão interessante para o desenvolvimento do post, a resposta é, eu sou imaturo. Eu já sabia disso, mas dizer a outras pessoas coloca tudo em uma perspectiva diferente, é como escrever, nunca escreva o que você pensa, pode se virar contra você, você se objetiva, não deixa brechas para poréns. E não é uma coisa qualquer, colocar-se para fora, presumindo que eu estivesse de algum modo dentro, que contra tudo que a psicologia propõe, é somente uma presunção, colocar-se para fora é poder se analisar com a frialdade, colocar sua psiquê, sua alma, seus medos, sob seu próprio bisturi e sob seus olhos, só por isso a escrita deve ser louvada, como disse alguém, ela tem a capacidade de parar o fluxo do tempo. Eu posso escrever eternamente que me apaixonarei em cinco segundos e os cinco segundos são sempre renovados toda vez que são lidos. Escrever é um bom motivo para se ter um diário. Mas isto não é um diário. Um dia para descobrir os motivos da minha imaturidade, promovê-la a infantilidade, e mais adiante a medo, a incapacidade e egoísmo, tudo em mim termina e começa em medo, mas com esse medo eu estou em paz, só me preocupam a incapacidade e o egoísmo. Entretanto, descobri também que meu corpo ainda guarda uma boa ética, é difícil explicar, mas é algo bom. Novos rumos escolhidos em um dia comum, a moral da história é, com duas doses de vodka posso escrever em meus amigos e descobrir o que desejo. Mesmo que eu não acredite em desejo.

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