
sobre ONGs e pontuação,
Já pararam para pensar sobre o significado, eficácia e resultados de uma ONG? O acrônimo do tema já diz muito a pessoas imaginativas como eu, assim, especulando pelo acrônomo, Organização Não-governamental, eu diria que é uma moda pós-moderna (adoro essa palavra), dos tempos, ainda vigentes, em que houve o declínio no poder estatal para resolver problemas da sociedade, em que passou-se a crer na independência do que se chamou "sociedade civil" e na eficiência da mesma para resolver problemas como aquecimento global, desmatamento, preconceitos e acho que ó mais recentemente violência, ver o caso do Viva-Rio. Há algum tempo, eu lia um trecho bastante bom de um livro de Zlavoj Zizek, esqueci o livro, mas ainda o compro, Zizek é um filosofo polonês, marxista e, eca, lacaniano (não que eu saiba muita coisa de Lacan pra justificar o "eca"). O artigo, eu acho que o tenho aqui, mas em inglês, expõe a seguinte tese: E se as ONGs não ajudarem em muita coisa? e se tudo o que elas fazem é só um modo de se ter certeza de que tudo fique exatamente do modo em que está? Ele cita o GreenPeace (Paz Verde), segundo ele, eu concordo, é só os integrantes saberem que uma baleia está sendo morta, ou um filhote de foca recebendo cacetadas na cabeça que elas correm pra lá, ocupam o navio jogam sangue nas pessoas, chamam a imprensa, e...? E mais o que? E mais nada, seriam soluções pontuais, nada mais. A baleia e o filhote fofinho de foca agradecem, mas os próximos cem, não. Mas sejamos justos, a opinião pública muda, as pessoas passam a se preocupar com morte de baleias e bebês focas, cuti-cuti, mas não sei dizer se isso importa o suficiente para salvar a vida das baleias e das focas (ou a nossa). Segundo Zizek, o problema está nessas ações pontuais, que não se perguntam pelos motivos de se matar baleias e foquinhas, ficam na superfície do assunto. Eu temo que seja verdade para assunto ambientais e tenho quase certeza que isso é verdade para assuntos como a violência urbana; basta pensar no Viva-Rio, nas passeatas de branco das quais intelectuais participam. Todo mundo fica puto com a violência por um mês no máximo e depois nada, quer dizer uns traficantes morrem, colocam na conta do Papa e a história pode se repetir amanhã. Tudo isso para dizer o seguinte, dia 17 de setembro, vai ocorrer o apagão mundial, algumas pessoas, espero que muitas, propõe que apaguemos nossas lâmpadas e aparelhos elétricos por 10 minutos, das 21 e 50 às 22. E aí, quem vai?
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