domingo, 15 de maio de 2011

sobre cumes calmos,

Há algum tempo eu li em uma revista um campeão internacional de xadrez falando de como o xadrez poderia ensinar às pessoas a viverem melhor. Essa é um idéia perfeitamente aceita entre enxadristas e até entre aqueles que nunca tiveram contato com o jogo. Hoje, enquanto rolava na cama para dormir me veio uma série de comparações que não posso deixar de compartilhar, a condição de enxadrista (muito, muito amador) e de vivente (muito mais amador) me abrigam a tal. Vamos a elas, então. No xadrez você sabe as regras do jogo, não tem dúvida do que pode ou do que não pode acontecer, na vida, vocês já devem ter descoberto, não é bem assim. Alguns gostam de comparar pessoas a peças num tabuleiro, dentro do tabuleiro se sabe como as peças vão se comportar, fora dele quem passou anos fazendo L, do nada passa a fazer V. Esqueça qualquer certeza sobre o futuro, isso só existe dentro dos 64 quadradinhos. E esqueça também o tempo para pensar, não existem turnos, todo segundo é a sua vez, ninguém vai esperar que você faça seu movimento, não há ninguém para esperar.
Não há apenas dois lados na vida, e raramente são tão claramente dstintos como o preto e o branco, e mais, nem sempre é tão óbvio de que lado se está. Na vida não há um rei adversário que te diz qual é o objetivo, que te permite vencer; alguns diriam, inclusive, que vencer na vida é uma idéia um tanto quanto perigosa de se cultivar.
Dentre todas as diferenças, entretanto, a mais fundamental é, sem dúvida, que ao contrário do xadrez na vida você não sabe quanto tempo tem.

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